segunda-feira, setembro 21, 2009

Hora da verdade

A política em geral e a política Portuguesa em particular atravessam um momento menos bom.
A uma semana do dia 27 de Setembro, o debate político que os media nos apresentam tem sido fraco de ideias e vazio em clarificações de projectos importantes para os País.

Fiquei particularmente estupefacto com o aproveitamento político que alguns partidos, sem excepção, fizeram de acidentes de percurso sem qualquer relevância para a vida dos Portugueses.
O uso, até à exaustão, do termo "asfixia democrática" dá-me vontade de rir... Serei só eu que elejo, pelo menos, 100 temas/dossiers mais importantes para o País?

Hoje, durante uma viagem de carro, tive a possibilidade de ouvir sem atropelos, interrupções ou contagem de tempo para resposta, uma entrevista pausada em sentido único à Dra. Manuela Ferreira Leite.


Durante mais de meia hora, o radio clube português deu um queijo e uma faca à líder do PSD.
Confirmei as minhas "piores" expectativas.
Por detrás de um discurso bem articulado, num tom firme que transparece uma ideia de rigor, esconde-se um total vazio de ideias...

Foi confrangedor ouvir uma cassete de 2 ou 3 chavões genéricos e vagos sobre emprego, economia e educação.
Mesmo com o vasto tempo de antena que disponha e, apesar das várias tentativas dos 2 jornalistas, não se soltou do pessimismo retrogrado e não expôs construtivamente o programa de governo que aplicaria em caso de vitória.
Roçou o ridículo ao insinuar que não apresentava projectos e ideias estruturantes para o país porque duvidava da saúde financeira das actuais contas publicas. Falou em arrumar a casa e depois logo se vê....

O discurso só se revelou mais ríspido, personalizado, confiante e fundamentado quando resvalou (e resvalou rapidamente, apesar de se tratar de um monólogo) para o âmbito das telenovelas mexicanas.
Fazer um empolamento destes casos (licenciatura do actual 1º ministro, Freeport, Tvi, alegadas escutas telefónicas ao Presidente da Republica, etc...) revela uma enorme desonestidade intelectual.

Quaisquer que sejam os resultados eleitorais no Domingo, espero muito sinceramente que não passe por qualquer vitória desta Sra.

Não quero imaginar o que seria ser governado por uma economista que apregoa o chavão da competência mas que é incapaz de apresentar uma ideia no plano económico para resolver o que quer que seja.

Não quero imaginar o que seria ser governado por uma política que apregoa o chavão da experiência e passado político mas que foi considerada por muitos uma das piores ministras da educação que já tivemos (ainda se lembram dos cortes orçamentais, esses sim asfixiantes, que esta Sra. introduziu ao sistema educativo?).

Não quero imaginar o que seria ser governado por uma líder que apregoa o chavão da verdade e da liberdade intelectual mas que se ajoelha perante o totalitarismo de Alberto João Jardim e ainda tem o desplante de elogiar afincadamente a liberdade existente na Madeira.

Não estou em campanha, sou totalmente apartidário... Embora correndo o risco de me desiludir, ainda voto induzido pelas principais pessoas e ideias que os partidos transportam.
E a cor laranja, nesta eleição, não me seduz minimamente...
Venha a hora da verdade!

1 comentário:

PatoAmarelo disse...

Acho que é pelo que escreves no último paragrafo que gosto das presidenciais e das autarquicas. Aí sim, mais do que os partidos contam as pessoas.

Quanto a MFL, partilho a desilução de um inicial "é lá, agora é que vamos ter oposição e um programa alternativo" fica um "mas esta senhora não tem nada de concreto para dizer?"

Quanto a resultados, e mais do que isso, ao pós-resultados... só não gostava mesmo era de ver o Louçã no poder... Se bem que não era mau... Ia ser penoso, mas acaba-se de vez com a demagogia barata...