...Enquanto houver ventos e mares...: maio 2009

As semanas têm passado por mim sem que haja tempo para agarrar o que quer que seja…
Não me posso queixar!
Em tempo de crise, o trabalho (neste caso o excesso dele) deve ser celebrado…Pelo menos é o que diz o Patrão. Saravá meu irmão!!
Quando se gosta daquilo que se faz, trabalhar e ser reconhecido por isso dá um certo gozo e o ego agradece…

Isto para dizer que o trabalho tem me consumido até ao tutano mas houve tempo, esta semana, para ver o filme documentário sobre o poeta/musico/diplomata Vinicius de Moraes.
O filme descreve de forma deliciosa e pormenorizada todo o percurso de vida do Vinicius de Moraes nas suas várias facetas.
Mostra o poeta apaixonado e platónico que vivia as relações humanas sempre no limite…
Mostra a casa de porta aberta sempre cheia de festa, amigos, raparigas bonitas, muito whisky e violão…
Mostra a família a crescer à medida que ía passando por várias fases criativas onde catalizava novas energias culturais e um mundo de afectos…

Caetano Veloso, Chico Buarque, Toquinho, Maria Betania, Edu Lobo, João Gilberto, Tom Jobim, Gilberto Gil, Baden Powell, entre muito outros contam a sua ligação mágica ao Vinicius criador e ao Vinicius Homem.
Muita historia bonita!Altos e baixos, sempre no limite...Sempre no precipicio para sentir a paixão que necessitava para viver o dia-a-dia.

Sem mais palavras e adornos linguísticos, é um documentário imprescindível para quem, como eu, ama a Bossa Nova e todo o universo brasileiro que vem a reboque da música de Vinicius…

Saí do cinema a pensar na minha estadia no Rio de Janeiro (porque Vinicius é Rio de Janeiro) e nos amigos que tive a sorte de fazer por lá… Rodri, Pretinha, Heloisa, Camila e Moisés, o regresso à cidade maravilhosa está na agenda;)

Numa das fases da sua vida, num dos seus 9 (!!) casamentos, Vinicius foi viver com a mulher para a Baía e interessou-se em conhecer melhor o mundo isotérico do Cadomblé (religião Afro-Brasileira que faz o culto dos Orixás).
Nesse período compôs com Baden Power a magnifica e, completamente diferente naquela epoca, "Canto de Ossanha".
Deixo aqui o vídeo da musica (incluído no documentário) onde Vinicius e Baden Power no violão cantam, rodeados de malta nova ávida de beber aquela epoca tão criativa e afectuosa.