quinta-feira, abril 24, 2008

Até já!

Fui...

Volto depois da Revolução;)*

quarta-feira, abril 16, 2008

Falho, para já, o Tri

Nick Cave regressa a Portugal este mês.
Já o ouvi/vi duas vezes (em 98 no Coliseu e em 2002 no CCB ) mas infelizmente, apesar de arquitecturas várias que tentei fazer na minha agenda, 2ªf dia 21 Abril vou falhar o concerto no Coliseu. De qualquer maneira, há muito que os bilhetes esgotaram...

Sou, há muitos anos, um confesso fiel admirador da sua música e criação.
Gosto dos vários ambientes que as acompanham e agradam-me os universos e sensações que despertam ao timbre grave soturno da sua voz.
Há quem diga que existem duas grandes fases na sua carreira.
Uma mais rebelde, energética, “sangrenta” e mórbida, contador de histórias negras do Oeste e outra fase posterior mais calma, introspectiva e melancólica.
Descubro grandes canções nas “duas fases” e não dispenso os vários álbuns do trajecto.
Porém, o meu álbum favorito é sem duvido o “The Boatman´s call” que marca o virar de sonoridade do Australiano.
É um álbum que me conquistou da 1ª à última música sem pestanejar. Nick Cave divorciou-se da sua 1ª mulher, entrou numa fase introspectiva e solitária, e fez, na minha opinião, o seu álbum mais belo, melancólico e sincero/pessoal. O piano dá uma ajuda no resultado final…

Curiosamente, anos mais tarde, depois de ter refeito a sua vida, voltou a casar, teve filhos, mudou de País, e regressou com um também belíssimo álbum (“And no more shall we part”, talvez o meu 2º álbum favorito do sacana…) repleto de canções de morte e principalmente repleto de canções de amor declaradas à sua mulher…
O poder que uma Mulher pode ter no estado de criação de um artista!!

Bem, a escolha é difícil... Deixo aqui "Far from me", uma das minhas preferidas do album “The Boatman´s Call”:

sexta-feira, abril 11, 2008

Coeurs, ou a aparição cinematográfica da musa num dia de dilúvio

Choveu copiosamente durante a minha ultima estadia em Lisboa. E como não pude usufruir da total beleza da cidade, recolhi-me, como nos velhos tempos (nos 7 anos que estudei/trabalhei/vivi em Lisboa) na minha sala de cinema preferida.

O King Triplex, que na minha escala pessoal bate,a grande distância, as outras salas…
Fui ver o último filme do cineasta Francês Alain Resnais, intitulado Coeurs (Corações, na tradução portuguesa).

Um belíssimo filme que retrata os encontros e desencontros de 6 personagens. As suas vidas solitárias e histórias melancólicas cruzam-se e resultam num filme muito particular que aconselho vivamente. Dos melhores que tenho visto nos ultimos meses...Sem dúvida!




Como cereja em cima do bolo, posso referir (ai coração...) que uma das minhas musas participa no filme.
A italiana Laura Morante, aos seus 52 anos continua a deslumbrar-me;)

segunda-feira, abril 07, 2008

....

Atendo o telefone.
.....
A respiração nervosa e acelerada do meu Pai no outro lado, não deixa margem de erro.
Mais uma pedrada para a família...
.....
Não sei o que dizer. Não faço perguntas…
Não quero saber nada de nada.
Já não interessa.
Tento ser racional e ordenar a sequência de coisas que tenho que fazer essa tarde. As coisas que terei que deixar encaminhadas para serem concluídas sem a minha presença nos próximos dias. Mas não me parece possível ser racional nesse momento.
O que é que isso interessa? Parece quase ridículo ter que o ser…

Tiro 5 minutos (ou terão sido 10 minutos? Sei lá…) de folga da realidade.
Caminho junto ao terreno baldio que envolve a Obra, sem querer pensar em nada.
O Paco segue-me, dedicado, e depois de duas tentativas frustradas para me por a correr, desiste de brincar e percebe a introspecção do momento.
Também ele sentiu o silêncio do nada. Deita-se a meu lado imóvel…

Volto a casa…Tenho que voltar rápido. Tenho que arrancar para Lisboa o mais rápido possível. Infelizmente a gravata preta vai comigo.
Continuo ausente.
Esqueço as chaves do carro e volto atrás…

Imagino o que será perder um Pai ou o companheiro duma vida.... Estupidez a minha pensá-lo…
Domino o egoísmo daquele pensamento e centro-me no essencial. Centro-me nas pessoas que terão que lidar com a ausência daqui para a frente. Centro-me no abraço interminável que quero dar aos que sentiram a pedrada bem forte.
Quero chegar rápido!
Quero fazer o possível para amenizar o quadro negro.

Arranco! Lost Someone, toca no rádio do carro. (Que coincidência fria a adensar a tarde…)
Não sei lidar com este momento… Não sei pôr palavras anexadas a este abraço. Tenho dificuldades em relativizar o sentimento de perda. Alguém sabe? Duvido…
Woody Allen tem uma visão irónica e, ao mesmo tempo, fatalista na matéria. Diz que não tem medo da morte.Só não quer estar presente quando ela chegar!

Eu também não!

terça-feira, abril 01, 2008