Deixámos Cuamba onde nos sentimos literalmente em casa...
Fomos mimados como Deus quer e o Diabo deixa e recuperámos bem de algumas noites mal dormidas e muitas viagens pouco ortodoxas:)
Seguimos, fazendo por manter o ritmo da viagem. 2 a 3 dias, não mais, em cada local...
O destino seria Gurué, a cidade/localidade mais alta, mais fresca e mais chuvosa do país.
Esta trilogia alimenta imensas plantações de chá e traz o Gerês a Moçambique.
Contactos depois de contactos permitiram-nos alugar (sem ser com contactos é complicadíssimo alugar um carro neste país...) um generoso rave4 citadino bem estimado pelo proprietário Manelinho.
Pouco depois de nos ter entregue o carro, já o espremíamos em íngremes caminhos de cabras onde só passam os camiões da fabrica...;)
Objectivo cascata, localizada numa das montanhas propriedade de um chinês dono desta enorme plantação de chá.
Normalmente é necessária autorização escrita para se subir de carro mas a nossa costela cigano-donizete não perdoou a abébia do guarda e seguimos em 1ª (pobre rave4, pobre Manelinho... Felizmente para nós só recuperou o carro depois de termos partido para outro destino) até à clareira onde, a cascata imponente esperava por nós...
Paz total... Zero pessoas. Natureza em estado bruto ali à espera de ser contemplada...
Difícil ficar indiferente a um país que nos "oferece" o mar, a montanha, a flora e a fauna com uma força e dimensão tão grandes e ao mesmo tempo tão virgens...
Deixámos os sentidos e o silêncio em perfeita comunhão e mergulhámos....O frio da agua soube bem!
Foi um dos momentos "zen" da viagem, debaixo de alguns olhares e risos das mulheres que entretando desciam os montes com cestas cheias de folhas de chá.
Chamuças (das boas), mangas (muito boas, pois claro...), pão (ok, o nosso é melhor...) e atum (Atum é atum. E é obrigatório...) compuseram o piquenique no topo da cascata com aquela vista que fica para a vida.