terça-feira, fevereiro 12, 2008

Ai Timor...

Timor volta a agenda Internacional. Mais uma vez pelos piores motivos…
Mais uma vez cá vamos nós, Portugal (juntamente com a Austrália), partir com tropas e ajudas para sarar as feridas, arrumar a casa, impor a ordem e “devolver” o País um pouco mais organizado…
Mais uma vez cá vamos nós juntamente com a Austrália, pressionar a comunidade internacional para dar um empurrão a um País que vira costas à Democracia e que displicentemente gasta os créditos que ganhou…

Sem qualquer pitada de racismo, laivos de colonialista ressabiado, ou demagogia ao pior estilo CDS, confesso que começo a ficar farto deste tipo de situações.
Até quando?
Sinto que apesar de termos há muito tempo abandonado o território Timorense, vamos à semelhança do que aconteceu em algumas ex-colónias Portuguesas, continuar a ser responsabilizados por tudo de mau que por lá acontece(eu).
Bem ou mal, a verdade é que já passaram muitos anos...
O processo de “saída” pode não ter sido o melhor nem o mais justo mas quantos anos são necessários a um Povo para se organizar minimamente?
Afinal quem quis ser Independente?
Se realmente quisessem, ainda por lá estaríamos nas Colónias…

Numa altura em que a Austrália se prepara para injectar rios de dinheiros em Timor (se se confirmar, tudo indica que sim, que existe petróleo na offshore da costa Timorense), há uma tentativa de golpe de estado….Humm…Estranho!
Petróleo, uma oportunidade de ouro para projectar o País. Ou talvez não!!

É complicado impor Democracia num País de guerreiros. Imagino que lhes estará no sangue o espírito de guerrilha que vai passando de geração em geração…
É complicado um País ganhar autonomia, desenvolver-se e crescer económica e socialmente de forma justa quando o Povo não é trabalhador.
Na ressaca da sangrenta tragédia de Santa Cruz, muitos Timorenses foram aceites em Portugal… Não conheço nenhum, em nenhuma franja de negócio ou ramo empregador, que tenha singrado na Europa. Nunca vi um Timorense a trabalhar na construção Civil, a montar um negócio, a servir a uma mesa, a conduzir um táxi, a trabalhar numa loja, a dirigir uma empresa…Desculpem se estou errado, mas é uma simples observação directa: Não conheço…Alguém conhece?...Porque na verdade, a maior parte deles, viveu à custa de apoios e subsídios do estado.
Timor continua a ser, hoje em dia, um dos países mais pobres da Ásia. Deve ser ajudado no âmbito das Nações Unidas e Portugal, pelas razões histórias inerentes ao passado, deve ser solidário sempre que necessário. Não podia estar mais de acordo!
Mas esta postura é insuficiente e vai continuar a ser… Enquanto o Povo se deixar envenenar por grupos que preferem o uso da catana ao direito de voto e enquanto o Povo preferir usufruir das riquezas naturais em vez de as trabalharem e as porem ao serviço do País, a palavra esperança vai continuar a ser isso mesmo: Uma simples esperança!

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